sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pelas rugas

Hoje saí do banho disposta a escrever sobre a invasão das celulites na minha retaguarda. Mas mudei de ideia quando o elevador parou no oitavo andar e uma senhora de uns 60 anos entrou. Toda sorridente, ela foi logo me desejando um ótimo dia e começou a papear. Enquanto ela falava e sorria, seus olhos ficavam menorzinhos, pondo à mostra os pés de galinha que não deixavam dúvida de que aquela mulher já tinha sorrido muito na vida. Também aparecia aquela marquinha em volta da boca, o tal bigode chinês, prova irrefutável de que a senhora era mesmo uma sorridente inveterada. Fomos juntas até a porta do prédio e notei que ela cumprimentava e sorria para todas as pessoas que passavam.
Nos despedimos na portaria e eu fiquei pensando: é assim que eu quero ficar quando envelhecer. Não quero botox, não quero plástica. Quero deixar no meu rosto as marcas da minha personalidade e das coisas que vivi. Quero ser naturalmente linda como aquela senhora que, pelo visto, cultiva suas ruguinhas alegres com o orgulho de quem já viveu muita coisa boa. As minhas ainda não apareceram, mas quando chegarem, serão bem-vindas.

2 comentários:

  1. Já estou começando a sorrir agora mesmo, embora eu tenha me segurado pra não chorar ao ler esse post!

    Às vezes eu acho que não damos o merecido valor à vida... às vezes eu tenho certeza! Nos preocupamos tanto com os problemas (que existem ou até que podem vir a existir) que esquecemos de simplesmente viver!

    Parabéns pelo blog! Ainda estou um pouco longe dos 30 mas não deixarei de seguir (preciso me preparar, né?!).

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  2. Que legal que você gostou, Ju!
    Aproveite os vinte e poucos anos, porque eles passam rápido pra caramba.
    Beijocas,

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