terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Curvas, velocidade e ACDC

Título super heavy metal esse, né? É, eu já fui heavy metal. Faz tempo. Adorava pegar a serrinha de Maresias a milhão com meu palio 1.4 nervoso. Já deixei muito marmanjo enjoado nas curvas daquela estradinha (taí o Pedro Dias Leite – uma das minhas vítimas – que não me deixa mentir). Irresponsável como quase todo mundo que acaba de tirar carta e ganhar independência para explorar o mundo no seu próprio carro, voltei várias vezes do Sirena para Cambury mais pra lá do que pra cá, correndo feito doida, com a certeza de que nada de ruim poderia me acontecer. Meu anjo da guarda era forte, graças a Deus, e realmente nada de ruim nunca me aconteceu. E, sim, eu era capaz de ouvir horas de horas de rock pesado e guitarras estridentes no último volume.
Neste feriado, no entanto, percebi que aquela menininha ousada, roqueira e rápida nas curvas não existe mais. Principalmente a parte roqueira. Aguentei dois minutos de ACDC em volume médio e já comecei a reclamar. “Que guitarra estridente! Como grita esse vocalista!”. O Danilo ainda insistiu, mas acho que a minha cara não estava de muitos amigos e ele achou melhor me deixar trocar o CD para algo mais calmo. Escolhi a trilha sonora do filme Crepúsculo. Até tem uns roquezinhos, mas nada heavy metal como o bom e velho ACDC.
Lóooogico que eu atribuí a rabugice à TPM, não ao fato de eu estar diferente por causa da idade. Até comentei com o Danilo que eu me irrito fácil quando estou na TPM. Ele concordou. Mas minha teoria caiu por terra quando chegamos à minha companheira de tantas aventuras, a tão conhecida e explorada serrinha de Maresias. Sério, entrei em pânico. O Dan não estava correndo mais do que o normal, mas a velocidade me deu arrepios. Pedi pra ele ir mais devagar, que estava rápido demais. Ele riu, porque conhece a estrada do avesso. E então, eu disse uma frase que nunca achei que fosse sair da minha boca: “O problema não é você, são os outros.” Só faltou dizer meu filho...
Isso é discurso de pai e mãe, né? Não deveria vir de mim, que ainda sou tão jovem. É, realmente, a cada dia que passa percebo nas pequenas coisas que a maturidade (me recuso a dizer velhice ou qualquer coisa que o valha!) está chegando pra mim também. De mansinho, generosa com a minha carinha ainda de criança, mas silenciosamente mudando o meu jeito de ser. Medo!

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