segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Manual do convidado

Minha cunhada casa agora em setembro e, acompanhando os preparativos dela, lembrei de quando era eu quem estava cansada, estressada e de saco cheio de escolher florzinha, embalagem de bem-casado, menu... Mas se você pensa que os fornecedores são o maior problema das noivas, está muito enganado. Com eles podemos ser sinceras, dar esporro, dizer que se não fizerem como querermos, não vamos pagar. Mas e os convidados? Como lidar com pessoas que não têm a menor noção de quanto custa fazer uma festa de casamento e de como é difícil organizar tudo quando a grana é curta, fruto do suor do nosso trabalho?
Então, para ajudar você, convidado e/ou parente sem noção, a não deixar ainda mais difícil esse momento pré-casamento, resolvi fazer um manual do convidado. Siga as dicas e ajude em vez de atrapalhar.

Respeite a quantidade de convites individuais: se com o seu convite vieram 2 convites individuais, isso significa que apenas você e mais uma pessoa foram convidados para a festa. E não, VOCÊ NÃO PODE LEVAR NINGUÉM A MAIS. Um buffet razoável não custa menos de R$ 80 por pessoa, ou seja, levar a família toda faz muita diferença para o bolso dos noivos.

A festa é dos noivos, não se intrometa: eu detesto ter família pequena, mas na hora do casamento foi uma dádiva. Sim, porque os parentes adoram meter o nariz (e no caso da italianada lá de casa isso seria um problema) onde não são chamados. A festa é dos noivos e, portanto, quem escolhe os convidados são eles, especialmente se a festa está sendo paga pelos dois. Aquela sua prima de terceiro grau que só viu a noiva na maternidade pode ser importante para você, mas não para a dona da festa. Então, não force a barra. Se quem não foi convidado reclamar com você (em uma demonstração clara de falta de noção, educação e bom-senso), diga simplesmente que a festa não é sua e que o número de convidados é restrito. Respeite a vontade dos noivos, por favor.

Confirme presença (ou ausência) pelamordedeus!!!: gente, quem casou sabe a importância de ter o número exato de convidados para planejar uma festa onde não falte e nem sobre comida e bebida. Claro que imprevistos acontecem, mas só confirme presença se você realmente estiver programado para comparecer. Não, não fica chato dizer que não vai ao casamento. O que fica chato é confirmar presença, não dar as caras e fazer os noivos pagarem a mais para o buffet, o fornecedor de bebidas e a decoração. Lembre-se: os valores são cobrados por pessoa e cada convidado faz diferença.

Os presentes são para os noivos, não para você – parte I: respeite a vontade dos noivos e compre o que foi pedido na lista. Não é você quem tem que gostar da cor do edredom, são eles. Você até pode comprar algo fora da lista, mas saiba que 90% dos noivos vão trocar o presente. Porque, afinal de contas, a casa é deles, né? E quem sabe o que fica bonito ou não são eles. (A exceção, nesse caso, fica para os amigos muito próximos, que conhecem bem os noivos e encontram presentes únicos e maravilhosos, como o vaso exclusivo e liiiiindo que a Thatá me deu, os castiçais de cristal escolhidos pelo Pelado e também o jogo de colherinhas de prata rebuscadíssimas do Cabeção. Nesses casos, presentes fora da lista são um charme!).

Os presentes são para os noivos, não para você - parte II: se os noivos pediram cotas de viagem, respeite. Nada de querer ver o seu presente na casa deles, ou querer que eles se lembrem de você cada vez que olharem para o conjunto de assadeiras Tramontina. Não interessa se você acha sem graça dar dinheiro. O importante é o que os noivos acham e precisam. Lembre-se de que o casamento é deles e as necessidades também. Quando for o seu casamento, você escolhe o que quer ganhar, ok?

Quem escolhe as músicas são os noivos, não insista: qualquer DJ que se preze consulta os noivos para saber quais estilos musicais devem tocar durante a festa e quais estão proibidos. Se os noivos não querem axé, não insista. E nem pense em reclamar com eles sobre a trilha sonora durante a festa. Além de ser inconveniente, é muita falta de educação.

Não ataque a mesa de doces antes do jantar: nem sempre a tática de colocar o bolo na mesa dos doces funciona para afastar os esfomeados. A falta de noção não tem limites, minha gente! Veja bem, a mesa de doces faz parte da decoração. Se você comê-los antes do jantar, as fotos vão ficar horríveis e o álbum dos noivos com cara de festa na favela. Os doces não vão fugir, pode acreditar. Nem os bem-casados. Tenha paciência e educação. Os noivos e os fotógrafos agradecem.

Não critique: esse é o último tópico, mas não menos importante. Não saia falando mal da festa. Cada um faz o que pode, como pode, e o mais importante é a felicidade dos noivos na realização desse sonho que é a festa do casamento. Mais uma vez, quem tem que gostar da festa e aproveitar ao máximo são os noivos, com a sua colaboração. Compartilhe da alegria deles, torça para que tenham uma vida de muito amor, dance mesmo se a música não for a sua favorita. Guarde para você as coisas de que não gostar. E quando chegar a sua hora de casar (ou da sua filha/filho) você faz diferente.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Não tem graça

Estou muito triste, de verdade. Angustiada mesmo. Porque perdi as esperanças de que o Brasil um dia vá endireitar. Bastou assistir um pouquinho do horário eleitoral para me sentir uma palhaça de circo. E da pior qualidade. Tiririca, Kiko do KLB, Mulher Pêra... Ah, mas isso sempre foi assim. Não me interessa, cansei! Cansei dessa falta de respeito com a população, de a política ser tratada como brincadeira, como um caminho para enriquecer ilicitamente – e às nossas custas! De verdade, estou com um aperto no peito que dá até vontade de chorar. Porque eu sei que, por mais que eu me esforce, não posso fazer nada para mudar o quadro. Tenho que votar em quem está concorrendo e torcer para que as coisas não piorem ainda mais. Posso fiscalizar depois, cobrar. Mas de que adianta? Denúncias não faltam, escândalos também. E a verdade é que nada é feito nunca para acabar com a bandalheira do Congresso Nacional.
Não manjo muito de política, não é a minha praia, mas não precisa ser nenhum cientista político para perceber que a coisa descambou. É culpa nossa? Também. Porque o brasileiro é muito passivo, não se manifesta para nada. Não reage. Talvez por achar que nada vai funcionar, talvez por preguiça, talvez... E essa passividade me dá vergonha. Muita vergonha.
Daí, vejo todas as revistas atacando a Dilma pelo seu passado contra a ditadura militar, como se isso fosse alguma falha de caráter! Não defendo a luta armada, mas é preciso analisar o contexto político da época, o sucesso da revolução cubana naquele período, a esperança de recuperar a liberdade a todo custo. Lutar contra a ditadura – com arma ou sem arma – deveria ser motivo de orgulho, não de ataque. Mas até a própria Dilma renega o passado e finge que nada aconteceu. Não dá para entender.
Não, eu não vou voltar na Dilma, mas a guerrilha não é o motivo. Pelo contrário, seria uma razão para eu votar nela, não fossem minhas outras ressalvas – que são muitas. Diz aí quem nunca quis jogar uma bomba no Congresso Nacional para ver tudo voando pelos ares? Quem nunca quis viver um dia de fúria, sacar uma metralhadora e fazer justiça com as próprias mãos? Eu bem queria me apropriar das contas do Maluf e usar a grana suja para construir escolas, melhorar o salário dos professores, dar uma remuneração decente aos médicos do sistema público de saúde. Quem não gostaria?
Fico admirada por as pessoas ainda acharem que quem lutou contra o regime é bandido. Bandidos eram os militares! E bandidos são os políticos que comandam o Brasil hoje. Isso sim é motivo de vergonha. Roubar dinheiro do povo, prometer e não cumprir, cobrar impostos absurdos e não aplicar em melhorias. Rir da cara de 190 milhões de pessoas todos os dias, na certeza de que a punição nunca virá. Isso é ser bandido, isso é motivo de vergonha.
Eu sempre fui defensora do Brasil, sempre achei que era um país promissor. Não acho mais. E não sei se quero que meus filhos cresçam aqui, governados por pessoas despreparadas, inescrupulosas, sem a menor vergonha na cara. O mundo é torto, eu sei. Já que não dá para mudar o mundo, posso pelo menos tentar ser feliz em outro lugar. Começo a pensar seriamente em abandonar o barco. Talvez seja só um desabafo momentâneo, sem maiores consequências. Talvez esteja na hora de começar a pensar em recomeçar a vida em outro lugar. E podem me criticar por isso, dizer que é por causa de pessoas como eu que o Brasil não vai pra frente. Sinceramente, eu não ligo. Estou cansada.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Descobri minha vocação

Amiguinhos, momento infantil no blog! Há duas semanas rolou uma festa à fantasia para comemorar o aniversário de um amigo querido, o Kadu. Eu e o Dan resolvemos ir de parzinho. Nossa ideia original era ele ir de Dengue e eu de Praga, mas foi impossível encontrar as fantasias. Aparentemente, os únicos que ainda se lembram desses dois somos nós...
Enfim, pensamos em várias alternativas, mas era tudo muito caro e sem graça. E a gente queria mesmo era ir bagaceira na festinha, porque aquele tempo em que eu saía por aí de barriga de fora, vestida de odalisca, não volta mais...rs
Daí, descobri que o Dan tinha uma fantasia de Chaves na casa da mãe dele. Pronto! Liguei pra Amanda, minha eterna companheira de aventuras, e pedi a fantasia dela de Chiquinha. Meu, incorporei total! Pintei o dente de preto, ensaiei uns passinhos e descobri a minha vocação: ser cover da Chiquinha! Estou pensando seriamente em fazer isso nas horas vagas, para levantar uma graninha extra. Vocês não acham que tem tudo pra dar certo?


Atentem para o detalhe do dentinho. 


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O caminho do perdão

Eu tenho dificuldade para perdoar. Pronto, falei! Não só os outros, mas a mim mesma. Dizem que é do signo, mas não sei não. O que eu sei é que guardar mágoa no coração faz mal pra mim e mais ninguém. E ultimamente tenho sentido uma necessidade grande de ser mais benevolente, piedosa e caridosa com aqueles que me fizeram mal e também comigo. Como diz a minha reflexologista, em vez de só me cobrar, eu também preciso me abraçar de vez em quando. Eu sou humana e errar faz parte. E no fim das contas, todo mundo erra, né, gente? E quem sou eu para condenar.

A questão é que eu vim pra esse mundo com defeito e não consigo ligar a chavinha do perdão. Quer dizer, em alguns casos. Como ando refletindo muito sobre isso – até porque tenho buscado cuidar mais da minha espiritualidade e tentado ser uma pessoa melhor pra mim e pro mundo – percebi que eu já perdoei muita gente, e de verdade. Deixei pra lá desaforos estratosféricos e acreditei de todo coração que as pessoas podem mudar e mudam mesmo. Não me decepcionei.

Então, fiquei intrigada. Como é que funciona o MEU mecanismo do perdão? Por que consegui perdoar falhas graves com facilidade e outras, tão graves quanto, não? Não sou uma pessoa inflexível, não busco vingança, acho que tenho um gênio bom. Então, por que raios não consigo perdoar certas coisas? Lendo uma matéria sobre o assunto agorinha, acho que encontrei a resposta. Em todos os casos em que não fui capaz de perdoar faltou arrependimento, um pedido de desculpas sincero, a promessa de que aquilo não se repetiria jamais, nem comigo nem com ninguém. E na matéria vários especialistas dizem que isso é mesmo importante para que o perdão seja sincero e verdadeiro.

Descoberta interessante, hein? Sabe que fiquei um pouco mais leve? Eu não conseguia me perdoar por não perdoar quem me fez mal. Maluco isso, né?

Mas acho que mereço uma trégua. Está na hora de ser mais benevolente comigo mesma e de me perdoar por não ser perfeita, por sentir raiva de vez em quando, por não ser resignada como deveria. Será que eu consigo? Estou tentando. Já é um começo.