sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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Hoje faz quatro anos. Para você, que iluminou a minha vida de maneiras que nunca imaginei possíveis, aquele nosso soneto. Te amo.

Soneto XVII
No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.


Te amo como la planta que no florece y lleva
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.


Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,


sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.
Pablo Neruda, 1959

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estragada

Um chope e três long necks. Foi essa a mistura explosiva que me deixou embriagada no sábado à noite. Oi??? Um litro de cerveja e a pessoa aqui dormiu já no banco do carro. Isso porque cheguei na balada às 22h e fui embora às 2h. Ou seja, horário de velha, concorda? Não era para estar com sono.
Só sei que ontem de manhã acordei em um estadinho que me lembrou os porres que eu tomava na faculdade, quando eu bebia vodca Roskof no gargalo (tá aí a minha amiga Mandy que não me deixa mentir). E agora, um mísero litrinho de cerveja me deixou derrubada de um jeito que parecia que eu tinha sido atropelada por um trem-bala.
Fora a dor de cabeça, né? Uma enxaqueca dos infernos que perdurou o dia todo e que não me deixou dormir essa noite inteirinha. Dá pra acreditar numa coisa dessas? A pessoa toma umas cervejinhas pra comemorar os 30 anos de um amigo (que, by the way, bebe que nem o Mussum e nunquinha reclama de porre nenhum – mais uma prova de que a idade é mais cruel com as mulheres) e passa o domingo inteiro mais a madrugada da segunda em estado de calamidade pública. Francamente!
Mais uma vez eu repeti pra mim mesma a célebre frase “nunca mais eu vou beber”. Mas agora acho que realmente devo começar a considerar cumprir a promessa... Ai, que depressão!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Que solidão, que nada!

Finalmente consegui assistir Amor Sem Escalas e amei! Adorei o roteiro, a mensagem, o final triste (tenho uma bronca de filminho água com açúcar de final previsível...). E, claro, depois fiquei pensando na vida, na minha vida. E lembrei de como, há alguns anos, eu achei que nunca encontraria alguém com quem dividi-la. Estava desiludida, tinha parado de acreditar nas pessoas (não sem motivo, é bom deixar claro), e realmente cheguei a pensar que talvez a solidão fosse a melhor companhia pra mim. Quem não se envolve evita sofrimentos, certo?
Claro que toda essa convicção caiu por terra alguns meses depois (graças à minha querida terapeuta, Maria Helena, que me abriu os olhos para o mundo), quando me apaixonei perdidamente e irremediavelmente.
Mas, enfim, fato é que o filme me fez não só lembrar do passado, mas também valorizar ainda mais a minha casa, a minha cidade, os meus amigos, o meu marido e a nossa família. Sem eles, nada faz sentido, nada vale a pena.
A solidão não é pra mim, sabe? Eu não quero esvaziar a minha mochila eliminando as pessoas e as responsabilidades, como sugeria no filme o personagem do George Clooney em suas palestras motivacionais (motivação bizarra, mas beleza). Não quero diminuir o peso sobre as minhas costas. Pelo contrário, eu quero essa mochila cada vez mais cheia: de gente, de sentimentos, de conquistas, de comprometimento. Eu quero ter amarras, vínculos, chão.
Para mim, não existe felicidade se eu não puder dividir os bons momentos com as pessoas que amo. É isso, eu quero amar até o fim dos meus dias. Quero estar bem acompanhada. Mesmo que o sofrimento venha no pacote.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma história de Carnaval

Opa, o Carnaval tá aí de novo, minha gente! Meu último Carnaval antes dos 30! E como recordar é viver – e a correria me impede de escrever algo novo sobre o feriado que me trouxe a maior alegria da minha vida – vou dar uma de cara de pau e republicar um texto que escrevi no ano passado no meu blog de casamento. Quem não leu, vai ler agora. E quem já leu? Ah, quem já leu vai ler de novo, oras! A história é boa, prometo.

A cantada furada que rendeu...
Nem todos vocês conhecem a célebre cantada furada que quase arruinou nosso relacionamento antes mesmo de ele começar. O cenário já não era muito favorável: vodca, cerveja, Carnaval, vodca, cerveja, amigos de infância e adolescência por todos os lados, mais vodca e mais cerveja...
Ok, ok, nada disso é desculpa. Afinal, eu estava 100% sóbria quando resolvi paquerar o moreno de olhos verdes (é, talvez não estivesse tão sóbria assim. Jurava que ele tinha olhos verdes!) gatinho que eu nunca tinha visto e que, Deus é Pai!, não era meu amigo nos tempos em que eu tinha a cara cheia de espinhas e andava por aí desfilando meu corpinho esguio no melhor estilo nadadora (nada de frente, nada de costas).
Enfim, já tinha balançado o esqueleto na primeira noite de folia e nem o álcool foi capaz de embelezar aquele povo de Capitólio (cidade mineira a mais ou menos sete horas de São Paulo). Parecia que tinham aberto as portas do inferno! Quanta gente feia, meu Pai!
Tudo isso para legitimar a minha ousadia de paquerar o moço que eu achei o mais bonito da casa e que, por sorte, estava solteiro! Tá, tá, sei que sou meio sem noção mesmo e que nada justifica os foras consecutivos que eu dei. Mas e daí? Era Carnaval, minha gente!
E eu já estava prestes a aceitar o destino de quatro dias de solidão quando a Marian, que me conhece desde muito pequerrucha, me mostrou o “Nego” na piscina. Disse que ele poderia ser uma alternativa para alegrar o meu feriado. Fingi que não tinha me interessado muito, mas por dentro pensei: “Opa, ainda há uma esperança!”
Resolvi investir. No dia seguinte, fui à cozinha para tomar café e ele estava lá, sozinho, comendo um sanduíche. Quer dizer, a Nath estava lá também, cozinhando. Achei que ela nem fosse notar a minha presença e agarrei a minha chance. Ataquei: “Oiiiii, você eu não conheço!” Era a crônica de uma morte anunciada. Isso é jeito de começar uma conversa? Ele só levantou os olhos, como quem diz: “Grande coisa”. E continuou comendo. Mas vocês pensam que eu me intimidei? “Qual o seu nome?”, perguntei. “Danilo”, ele respondeu, sem esboçar nem um sorrisinho. E daí eu mandei o golpe fatal (contra mim mesma, claro!): “Nossa, a gente é xará!”. E ele, nada simpático: “Por que, seu nome é Danila?”. “Não... é Daniele”, respondi, já meio borocoxô. “Então, você não é minha xará!”. E acabou o assunto. Curto e grosso. Eu, claro, não sabia onde enfiar a minha cara de pau.
Fiquei puta, lógico. Tudo bem que o xaveco foi horrível, mas não precisava falar comigo daquele jeito. Jurei que nunca mais ia ficar com aquele mal-educado, nem que ele ajoelhasse e implorasse meu perdão. Mas, vocês sabem, era Carnaval, tinha vodca, cerveja...
Mais tarde, naquele mesmo dia, ele chegou todo simpático, trazendo o violão. Sentou ao meu lado numa muretinha e começou a tocar. Ah, eu me derreti toda, né? Além de lindo, ele tocava violão! Alguns segundos depois eu nem lembrava mais da desfeita da hora do café.
O resto todo mundo já sabe. A gente ficou naquela noite e não nos separamos mais. Não lembro exatamente quando, mas naquele feriado mesmo perguntei a ele por que tinha sido tão grosseiro. Ele negou a grosseria, claro (nega até hoje, mas a Nath estava lá de prova!), e disse que achou que eu tinha namorado... Acuma? E o namorado seria o Marquinhos!!! Como assim, cara-pálida?
Foi aí que caiu a ficha. Pra quem não conhece, o Marquinhos (cujo apelido de infância não vou divulgar aqui, para preservar a minha integridade física) é meu amigo desde a 4a série. É como se fosse meu irmão (pentelho igual, inclusive). Bom, nós dois estávamos solteiros naquele Carnaval e levamos colchões infláveis de casal para dormir na casa, porque eram os únicos que nós tínhamos. Só que tinha uns 30 negos numa casa de dois quartos e os colchões não couberam. Apenas um, de casal. Como somos superamigos, dormimos no mesmo colchão, o que ninguém achou estranho. Só o Danilo, porque não nos conhecia.
Quando eu joguei todo o meu charme pra cima dele, o Dan ficou puto, lógico. Achou que eu estava dando em cima dele com o meu namorado ali do lado, na piscina. Depois, à tarde, alguém falou pra ele de mim na sauna e só aí descobriu que eu não namorava. Valeu, Cadu! Você suspeitou desde o princípio, né? E você, Marquinhos, por culpa sua quase que eu não caso!!! rsrsrs

Nossa, já faz quatro anos. Nem vi o tempo passar...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cadê o meu muque?

Gente do céu, que dor no braço. Acordei que não conseguia nem me mexer. Estranho... Demorei um pouco para perceber o que poderia ter causado essa sensação de tendinite aguda (se é que isso existe), mas lembrei. Antes que alguém pense que a dor é resultado de uma noite de estripulias, explico: a culpa é da minha vocação nata para a maternidade. Desculpem, mas não posso evitar. Nasci pra isso, é um dom! hahaha
Fato é que a minha querida amiga Dani Torres (Ela tem um blog delicioso: http://mdemulher.abril.com.br/blogs/mae-de-primeira-viagem/) estava exausta tentando fazer a Bella – sua filhinha de 1 ano e pouco – dormir e eu me candidatei para a missão. Não é que deu certo? Demorou um pouquinho, mas logo a pequerrucha estava capotada no meu colo. Foi tão gostoso ficar cuidando dela que nem me dei conta de quanto a pirulita é pesada. Tá com quase 10 kg! Na hora nem senti nada, mas hoje veio a dor no braço...
Ficou claro que estou completamente fora de forma (como se eu já não soubesse...) e que, antes de pensar em ter meu próprio barrigão, preciso voltar pra academia urgentemente! (Olha aí mais um motivo para adiar a concepção!). Sério, além da falta de músculos nos braços pra aguentar o peso, tenho hérnia de disco, três bicos de papagaio (já faz tempo, viu? Não tem nada a ver com a idade) e uma barriga que precisa de muitos abdominais para segurar o tranco. Ou seja: academia now!
E pensar que eu tinha o tríceps tão definido... Triste, muito triste...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Momento devaneio

Já reparou como tem pessoas que parece que vieram ao mundo a passeio? Tudo dá certo para elas, as coisas fluem naturalmente, não há nada que não possam conquistar com 0 % de esforço. São pessoas bonitas, inteligentes, ricas e felizes, que por algum motivo foram abençoadas com uma vida em que não há lugar para sofrimento de espécie alguma. Todo mundo diz que ninguém é 100 % feliz, mas, com o passar dos anos, tenho notado que existem, sim, algumas pessoas aparentemente merecedoras de passar por essa existência sem sofrer nenhum arranhão.
Mas desde muito pequena sempre me questionei sobre o porquê de algumas pessoas serem tão abençoadas (só pra deixar registrado, apesar de não ter uma vida 100% perfeita, me considero abençoada e muito sortuda!) enquanto outras sofrem tanto. Aliás, foi esse o motivo que me fez deixar de ser católica aos 11 anos, em uma aula de catecismo, vejam vocês que ironia. Perguntei à professora por que um bebê nasce perfeito e outro nasce cego ou com alguma deficiência física. E a resposta não foi nada esclarecedora, mesmo para uma pré-adolescente tão inexperiente. “Eles estão pagando pelos pecados dos pais, minha filha”, ela disse.
Lembro direitinho, como se fosse hoje, que pensei comigo: que Deus é esse que pune uma criança inocente pelos pecados dos pais? Àquele ponto, eu tinha duas alternativas: ou aceitava a ideia de um Deus mau, impiedoso e injusto, para o qual não valeria a pena dedicar minhas preces; ou ignorava a baboseira da tal professora de catecismo e continuava a acreditar no meu Deus, o Deus que perdoa, que ajuda, que dá segundas chances.
Eu criei a minha fé e me apego nela para não desmoronar nos momentos de angústia. Eu sei que existe um Deus, uma força ou seja lá qual for o seu nome que olha por mim e por todos, que guia e auxilia. E eu sei que mesmo nas situações que parecem sem saída, em que nos sentimos sozinhos e desamparados, Ele está nos carregando no colo.
Ainda não encontrei a resposta para o motivo pelo qual temos que passar por maus pedaços, mas acredito de verdade que deve haver algum plano divino para nós e que tudo é parte da nossa missão aqui na Terra. Alguns estão aqui para receber mais, outros para doar mais, mas todos nós precisamos aprender alguma coisa. Para alguns, esse aprendizado é mais leve – ou menos necessário – e, para outros, infelizmente, chega a duras penas. A vida é assim, fazer o quê? O jeito é rezar pra dar tudo certo e acreditar que para Deus, nada é impossível. Eu acredito. E no dia de hoje, especialmente, com todas as minhas forças.

O Dia da Participação Especial se mostrou um fiasco e, portanto, só vai rolar quando eu receber algum textinho das minhas amigas lindas e super requisitadas. Enquanto isso, eu mesma faço minha participação especial por aqui... rs